sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ALTO SOM


P.I.L. – A IMAGEM PÚBLICA LIMITADA (?) DE JOHN LYDON.
Por: Tubarão.
Depois da grande explosão do punk liderada pelos Sex Pistols,na segunda metade dos anos 70, a banda não tinha mais como continuar, tamanho era o clima No Future entre seus integrantes, que o diga Sid Vicius! Johnny Rotten, o grande porta voz dos Pistols foi mandado embora e este resolveu voar até a Jamaica. Na volta, em 1978, Rotten abandona este apelido e passa a utilizar seu próprio nome, John Lydon e monta uma nova banda e a batiza de Public Image Ltd., devido a toda exposição de sua imagem na mídia. Nova banda resulta sempre em novo disco, e Public image é o disco de estréia que comprova que para quem ainda tinha raiva, ainda haveria futuro! O P.I.L. não é tão direto quanto os Pistols, mas esbanja qualidade em músicas que fizeram com perfeição a transição do punk para o que veio depois. O álbum abre com "Theme", enorme e desesperadora canção. Prossegue com "Religion" versão declarada e "Religion II" música manifesto contra a religião cristã. Fechando o lado A, temos o rock minimalista de Annalisa. O lado B começa com Public Image, um maravilhoso cartão de visitas. Low Life, logo em seguida traz encanto aos ouvidos enquanto que, Attack destrói com toda raiva qualquer dúvida sobre a validade do disco. Finalizando, temos a balançante Fodderstompf. De fato, um disco clássico, histórico, definitivo que botou John Lydon de frente a uma das melhores bandas dos anos 80!
O P.I.L. durou 14 anos ininterruptos e além de John Lydon no vocal, contaram ainda em sua primeira formação com os músicos Jah Wobble (baixista), Keith Levene (guitarrista e um dos fundadores do The Clash) e Davi Crowe (bateria). No ano seguinte, lançaram o duplo Metal box (79), já com Martin Atkins na bateria e foram relativamente bem recebidos pela crítica. Este trabalho influenciou muitas pessoas, aqui no Brasil, por exemplo, temos da turma de Brasília o André X, da Plebe Rude e Renato Russo, da Legião Urbana. Depois foi lançado o disco ao vivo Paris in the Spring (80). Em seguida, Jah Wobble saiu da banda.
Flowers of romance (81), foi o próximo álbum da banda e a música título era uma homenagem a Sid Vicius, antigo amigo de John Lydon e ex- companheiro de caos e anarquia nos Sex Pistols. Depois ainda houve o lançamento de Commercial zone (83), pela PiL Records e o duplo ao vivo Live in Tokyo, que também contou com um vídeo lançado no mercado. Em 1984, sai This is what you want... This is what you get. Neste disco há o maior sucesso do P.I.L. até então, a canção This is not a love song, que também está em Live in Tokyo.
Em 86, sem o devido apoio da gravadora (Virgin), Lydon banca todo o disco que estava gravando e promove uma campanha curiosa para divulgar seus formatos e produtos derivados. O disco em vinil chama-se Album, Compact Disc para o Cd, a versão em fita k-7 chama-se Cassete, vídeos se chama Video e camisas T-shirt. Além de conter ótimas músicas como F.F.F., Rise, Fishing, Round, Bags, Home e Ease. Entre os músicos que tocaram neste disco temos os nomes do guitarrista Steve Vai e Ginger Baker, que foi baterista do Cream, o supergrupo formado por Eric Clapton. Rise além de ser uma bela canção antiapartheid, também se transformou em hit. Album é em minha opinião, um dos discos mais inspirados do P.I.L. e assim como outros lançamentos desta grande banda, devem ser ouvidos pelas novas gerações de fãs de Rock e de boa música em geral.
Em 1987, as mudanças no line up não param e a formação da banda passa a ser Lydon nos vocais, John McGeouch na guitarra, Alan Dias no baixo e, Bruce Smith e Lu Edmunds na bateria. Com esta formação lançam Happy? , que apesar de não ser tão espetacular quanto o seu antecessor, ainda inclui boas canções, como por exemplo, a faixa de abertura, Seattle. Em 89, sem Lu Edmunds, lançam o disco 9, que segue os passos de Happy?. Contém músicas legais também como Happy e Warrior, esta última aparece sendo tocada no filme Orquídea Selvagem, numa sequência no mínimo surreal. Em 1992, sai do forno o disco That what is not, que na verdade, apesar de ser um bom disco e ser um pouco mais pesado e revisitar o passado em boas músicas como Acid drops, Luck’up, Cruel, God e nas demais faixas, não acrescenta muita coisa na carreira da banda. Talvez pelo desgaste da própria banda na época, That what is not não tenha chamado a devida atenção. Neste disco ainda temos Curt Bisquera na bateria e Gregg Arreguin na guitarra.
Em 1993, John Lydon resolve encerrar as atividades do P.I.L. e neste intervalo lança autobiografia, discos solos, retorna com os Sex Pistols, vira apresentador de TV, participa de reality shows entre outros projetos, além é claro, de manter sua língua sempre bem afiada!
Em setembro de 2009, Lydon anuncia que o P.I.L. seria reformulado e ele próprio financiou esta volta com o dinheiro que ganhou fazendo propagandas de margarina na televisão inglesa! O P.I.L. retorna fazendo um show no dia 15 de dezembro, na O2 Academy, em Birmingham, pelos 30 anos de lançamento de Metal Box. Desde 2010 eles seguem fazendo turnês e já preparam um novo disco para ser lançado em 2012. É com grande ansiedade que eu e tantos outros fãs do Public Image Limited, ficamos esperando por este lançamento e com certeza, fazemos uma grande torcida para que este novo trabalho resgate toda qualidade e valor que a banda possui.
O P.I.L. foi a banda onde John Lydon pode se firmar como artista e onde pode ousar, experimentar e extrapolar os limites musicais não permitidos pelos Sex Pistols. E apesar do P.I.L. nunca ter tido um sucesso comercial tão grande quanto os Pistols, essa banda é superimportante para quem a conheceu e a acompanhou durante os anos em que esteve ativa e fica feliz por saber de sua bela volta!
Aqui deixo um link para vocês curtirem um pouco de uma apresentação do P.I.L. , em 2010:

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