quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Liberdade no Egito?

Desde o fim de janeiro, tenho visto algumas manifestações de apoio ao povo do Egito, aqui no Brasil. Frases como “Egito está livre”, “finalmente o povo do Egito tem liberdade”, têm estampado camisetas, perfis de páginas em redes de relacionamento, blog’s, etc, tecendo a idéia de que a revolução acabou, e um estado libertário se instalou por lá, por conta do afastamento de Hosni Mubarak, ex-presidente-ditador do país desde 1981, mas não é assim que funciona. Não é mesmo!
Sendo muito franca, nunca havia dado importância ao Egito, como a maioria, me bastava saber que lá estão as Pirâmides, a Esfinge, um Rio importante (Canal de Suez), o litoral mediterrâneo e nada mais. Porém nem só de turismo vive o Egito, e depois do burburinho dos últimos dias, o Resposta precisava se manifestar e me pus a ler um pouco sobre os fatos e o país que luta ainda por sua liberdade.
Vi que lá a segunda fonte econômica é a moeda de troca e de guerra do mundo moderno, o petróleo, ficando atrás apenas do turismo, já justificado anteriormente. Vi que o comando de governo que agora cai, já havia dado sinais de preocupação com o “Perfume de Jasmim” que vinha se alastrando Tunísia abaixo e fogo acima, com seus suicídios incendiários em frente a prédios de governos locais, como forma de protesto contra o desemprego, a pobreza e a opressão, desde dezembro de 2010, quando tiveram início os conflitos revolucionários do Oriente Médio e Norte da África.
Em janeiro o primeiro gigante caiu: Ben Ali na Tunísia, dias depois uma onda cibernética atinge o Egito e o povo vai para a rua, iniciava-se o fim. Depois de 18 dias Mubarak sai do poder, mas o entrega nas mãos de um Conselho Militar... Mas eu me lembro de ter visto que desde a Independência do Egito na década de 50, todo o presidente eleito SEMPRE TEVE O APOIO MILITAR, ora será que estou enganada ou temos apenas uma troca?
Durante os dias de conflito, toda a comunicação via internet e telefonia foi suspensa, líderes ativistas e até executivo do Google foi preso, ousou-se decretar um toque de recolher, vimos Nobel da Paz partindo para a guerra, centenas de mortos e ainda hoje , 17/02/2011 mais de 20 dias depois do início do conflito e há cinco dias sem o velhinho de 82 anos, que ainda pretendia ter força de ferro nas mãos, existem jovens ativistas na praça principal da capital, persistindo em seu protesto contra algo que é maior do que um homem ou sua cúpula de governo, é contra a cultura e conformismo que se desdobra por toda aquela região, onde ditadores costumam permanecer no poder por muito tempo, como na Líbia e no Sudão por exemplo.
O protesto deve permanecer até que se instaure não só no Egito, mas em todos os países onde ainda ocorrem conflitos como estes, um governo “genuinamente democrático”, parafraseando nosso hipócrita Obama... Que diante das pressões populares não pode mais apoiar seu antigo comparsa e que atenua o malefício humanitário do seu apoio com base no interesse petrolífero da sua Nação, e mesmo o mais humanitário Norte Americano se rende em prol do seu patriotismo, digo isso sem me prender às exceções. Obama também não transparece seu interesse de que nada disso houvesse acontecido, já que a Irmandade Mulçumana ganhou força e seguidores junto aos populares durante o conflito e há um risco da instalação de um Regime Islâmico, quase tão autoritário quanto este que passou...
Enfim queridos, espero que o povo do Egito ainda venha a ganhar a sua tão sonhada liberdade, mas sabemos que foi ganha a primeira batalha, mas a guerra ainda será longa.
Por Andressa Copelli

2 comentários:

Rogério Mansera disse...

As ditaduras pelo mundo são reforçadas pela prática comum, inclusive no Brasil, de esvaziar a educação. A ignorância da maioria da população facilita o controle desses "malandros" que agem em pro de interesses próprios, o que permite a entradas de aproveitadores internacionais. Os EUA, por exemplo, precisam de petróleo e não se furtariam em apoiar um Mubarak pra fazer bons negócios. Estima-se que esse cara roubou mais de 70 bilhões de dólares do povo de seu país. Um ciclo vicioso alimentado pelo egoísmo, pela falta de amor ao próximo...Por aqui existem práticas bem parecidas e o que temos a fazer é abrir os olhos e buscar entender os fatos, usar o Egito como exemplo e torcer para que seu povo encontre um novo caminho através da revolução promovida pela internet. Parabéns pelo texto!!!

Rubinho magoo disse...

Pois é,o bola da vez agora é o Kadaf, armaram um circo dentro do País do homem e querem que querem tira-lo a força.Barack Obama tirou o dele da reta, não quer queimar o filme dele com mais uma guerra, jogando a responsabilidade para OTAN, pois está todo mundo careca de saber que os Países europeus são os maiores interessados em se apossar do petróleo do cara.pois ele é o maior exportador dos países europeus, ah! mas eles queriam que o tio sam fosse o avalista, pois isso eles entendem, de arrumar pretexto de invadir o país dos outros, arrumaram uma zona de exclusão para bombardear o país Líbio, agora quero ver quem tem a cara de pau de invadir.