Crédito é a capacidade prevista que uma pessoa tem de retornar um investimento, e consta aos historiadores que foi uma prática disseminada no entremeio da Revolução Industrial. Uma vez que sela-se um compromisso entre partes ele deve ser cumprido, e até aí eu acho justo. Pois bem, esta prática agora se vulgariza entre os políticos brasileiros e empresários de grande porte. Isso mesmo, aquilo que a imprensa chama de lobby e/ou tráfico de influências (ações ilegais no país), eu prefiro chamar de crédito. Afinal de contas um político seja ele de esfera administrativa ou legislativa, que age em favor de algumas empresas, prevê aí um retorno, nada mais lógico que este seja em benéfices de equivalência monetária. Assim foi no caso do Mensalão , Mensalinho e suas variações (SP e MG), dos Sanguessugas, Erenice Guerra, Antônio Palocci, e agora Sergio Cabral no Rio de Janeiro, enfim... Os acordos nestes casos foram satisfeitos em suas cláusulas, inclusive no que diz respeito à sigilidade de alguns participantes. A pedra no caminho para êxito total das manobras é o fato que pré-existe um compromisso com a população, sempre deixada de lado nas negociações. Esse compromisso chama-se Democracia Representativa, que é o tipo de organização política adotada por aqui.
As pessoas vão às urnas eletrônicas exercer seu direito (dever?!) de decidir quem vai representar seus interesses, confiando nas promessas de seus candidatos e por fim se vêm deixados de lado, à mercê de interesses pessoais dos votados. A forma com que isso se dá, não se propõe a nenhuma engenhosidade e há tempos, escândalo após outro, é descortinada ante a inércia das mesmas pessoas que com seu título de eleitor vão às urnas. Antônio Palocci não se explicou antes, não irá se explicar agora, (assim como, provavelmente, o Sr. Sergio Cabral não o fará) e não duvido que seja ministro em outro mandato Presidencial, ou mesmo que seja eleito em alguma Unidade Federal, vide Família Sarney ou Fernando Collor, envolveram-se em tantos escândalos, porém continuam a atuar politicamente no país.
A inércia do povo é, na verdade, o crédito que nossos políticos possuem, pois ainda que tacitamente aceita o acordo e o retorno que recebe (ao menos sob esta ótica), me parece ser bem o que espera e merece.
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