quinta-feira, 16 de junho de 2011

Frio!


Por: Andressa Copelli

Depois de dias sofrendo com as doenças de inverno... Sim doenças de inverno, porque como boa carioca que sou, qualquer medição abaixo dos 25°C, é frio o suficiente para desencadear gripes, resfriados, rinites, e todas as ‘- ites’ mais que houverem. Retornei ao trabalho querendo acumular fundos para realizar uma obra na minha casa (passei muito tempo por lá), pois pretendo deixá-la mais confortável, então fiz alguns cálculos: mão de obra, material, tempo de duração e é claro uma média de valor a ser gasto. Não, não sou formada em engenharia, e não tenho condições de contratar um profissional deste naipe (como a maioria dos brasileiros), exatamente por isso, preciso incluir no orçamento da minha realização, um valor extra, pois certamente haverão mudanças e erros de cálculos. Na verdade, pensando melhor, vou deixar pra fazer essa obra em outro momento, pois minha margem de erros nos cálculos, e por isso o desânimo, já superam minha boa vontade.
Mas porque falo sobre obrar, se meu espaço no ‘Resposta Carioca’ é sobre política?!
Bem, é que quando soube, na semana passada, das declarações do Sr. Delfim Netto em uma palestra, dizendo que o Brasil havia se ‘metido’ em duas grandes aventuras, se referindo as realizações da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas, entendi que o economista e ex- Ministro da Fazenda esperava do país e seus Ministérios uma postura semelhante à minha, diante das tantas obras que precisaremos realizar para sediarmos os jogos em questão.
Discordo. Primeiro porque um país que consegue alimentar tão ricamente, as máquinas público-corruptas, que nasceram juntamente à sua tenra democracia, consegue sim, realizar eventos com esta visibilidade, não a toa realizara em outros tempos a Copa. É certo que os tempos são outros, e que ninguém quer lembrar-se do fatídico final da Copa de 50, mas há de se convir que naquele tempo esperava-se bem menos do país do futuro, daquilo que fomos capazes, e do que somos agora, com nossa economia tão bem vista internacionalmente, hoje podemo-nos considerar ainda mais preparados.
       Segundo porque diferente de mim, que não posso contratar engenheiros, projetistas e técnicos responsáveis pela minha idéia, o Brasil, sim tem essa condição. Classificar as ações como “aventureiras” só seria permitido, a meu ver, porque a população já compreende como orçamentos gigantescos são facilmente alterados com valores estratosféricos e continuam apáticas aos acontecimentos.
Faltam dois anos para a realização do primeiro evento, e desde já as obras estão atrasadas, flexibilizações despropositais passaram a ser liberadas e muitas ainda serão. Até Romário que há pouco tempo só trataria deste assunto no perímetro de um campo de futebol, resolveu denunciar os gastos e fazer sua aparição (porque há de se justificar os votos recebidos, né?!). Interessante que na festa de comemoração pela escolha do Rio de Janeiro para as Olimpíadas de 2016, em Copacabana, se bem me lembro, haviam milhares de pessoas, mas hoje, o povo está em casa se protegendo do frio!

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