terça-feira, 14 de junho de 2011

Educação?

Por: Rogério Mansera


Bastou uma professora da cidade de Natal figurar na lista dos mais vistos do YouTube para a sociedade voltar seus olhos catatónicos por um instante sobre a Educação do país. Até o Faustão fincou suas garras oportunistas sobre as costas da pobre idealista, que luta pelo reconhecimento da importância de sua função sob forma de salários dignos. Mas a verdade é que ninguém está nem aí para educação e seus agentes, pois ela não atende o povo. Este é a imagem daquela, que só visa formar força de trabalho e eleitores. Para isso não é necessário ter inteligência, só treinamento. E essa é a função da escola, adestrar pessoas e reproduzir essa organização social em que o povo vive nos limites de suas funções motoras, bestializados pelo sistema.
Os problemas são muitos a começar pela formação do mestre. O ensino superior se tornou uma fábrica de profissionais acéfalos. A grande oferta de vagas facilita o acesso e resolve nosso mau desempenho nos índices internacionais, contudo, desova todos os anos uma infinidade de práticos incapazes de formular um pensamento crítico no mercado. Daí o atraso tecnológico do país, resultado da banalização do ensino superior. Abrimos os jornais e vemos que o diploma de terceiro grau é prerrogativa para postos que tradicionalmente pedem uma compreensão secundária (como vendedor em loja de roupas ou um auxiliar de escritório). Prova disso é o crescimento do ensino técnico e da educação à distância, meras técnicas de condicionamento humano... Um perigo, pois a prática docente pressupõe a formação de homens e mulheres competentes para a compreensão do mundo, dotados de raciocínio e autonomia, no entanto, são treinados a repetir o conteúdo programático como papagaios. São incapazes de solucionar os próprios problemas, então como orientarão seus alunos? O ensino do Brasil é qualificado pela universalidade e não pela excelência do conteúdo.
Estamos muito distantes de uma resolução, pois o governo, instituído cegamente pelos eleitores, não quer resolver as questões educacionais para garantir a perpetuação das vantagens financeiras que ele sempre propinou aos seus; facilitadas pela ignorância popular. Os professores cruzam os braços em protesto legitimando sua ineficácia, fazendo exatamente o que sistema quer que façam. A mídia parece evitar o tema, talvez pela mesma conveniência, enquanto nossas crianças são seduzidas pelo crime e drogas. A população, bem treinada, engole tudo que é dito como verdade, acha necessário tudo que é vendido e adora tudo que é mostrado nos programas de TV, inconscientes desse circulo vicioso que os tornam escravos dos interesses econômicos de um pequeno grupo de pessoas. Portanto a professora Amanda e seus pares não terão um salário decente e nem conquistarão o respeito devido à classe, e tudo isso por culpa e mérito de sua incompetência e inoperância; sequer conseguem perceber sua responsabilidade pela perda da importância do professor no contexto social.
A questão educacional continuará fora das prioridades do governo...
Não devemos deixar o debate morrer!

Um comentário:

Rubinho magoo disse...

Estamos vivendo uma década perigosa meu caro,diante de nossos olhos vêmos a decadência de todo um sistema.A educação á tempos saiu de moda em nosso país,pois agora estamos no século do modismo,infelizmente o que está na moda é música ruim,programas péssimos e assim vai, agora eu lhe pergunto;será que ser professor está na moda?,claro que não,trabalha demais, ganha pouco,não é modelo para essa molecada que já nascem pensando em dinheiro,aprendem com seus pais que têm que estudar pra garantir um bom emprego,o capitalismo nos ensina isso, e melhor ser um burro ignorânte com dinheio e fama do que ser um mendigo intelectual.