terça-feira, 28 de junho de 2011

Música Popular Brasileira


Por: Rogério Mansera

Há algum tempo uma questão me martela a cabeça: o que é de fato a MPB? Isto me ocorreu por ter ouvido de alguém, certa vez, que deveriam ser rotulados como representantes legítimos da Música Popular Brasileira nomes como Ivete Sangalo, Chiclete com Banana e Calipso, pois eles sim são os verdadeiros símbolos da música popular. Ou seja, esses artistas fazem a música que o povo gosta de ouvir, e isso é um fato. Pois há um outro lado, o de pessoas como o Sr. Renato Teixeira, genuíno representante da música sertaneja, que disse em programa de TV, colocando mais lenha na minha cabeça: “... A gente canta musicas que vem do povo, não é aquela música que vem de cima pra baixo, música que vem de baixo pra cima...”. Embora esses artistas não ganhem rios de dinheiro pela execução de seus trabalhos, são reconhecidos pela crítica e rotulados como integrantes da MPB por sua qualidade inconteste e pela legitimidade de suas raízes populares; embora sejam quase que indecifráveis na cabeça do homem comum, bombardeada pela mídia que o imbeciliza.
Musica popular é aquela feita pelo povo para a sua apreciação, obstante da qualidade ou importância do trabalho. Ela se torna popular em outra acepção quando se torna vulgar em determinadas regiões. Em oposição ao popular está à música clássica, escrita anteriormente para a Realeza ou o Clero e está cada vez mais distante de nossa realidade. Fato que confirma ambos os raciocínios e me fez chegar à aterradora conclusão de que nosso povo vem regredindo em exigência. Considerando que a popularidade é um fator ligado a reflexão de determinado evento e de que a música é um produto, podemos ver claramente que esta, repercutida no Brasil, é de péssima qualidade se comparada à de cinqüenta anos atrás. Caetano Veloso e Chico Buarque, hoje considerados produtos de luxo destinados a elite, já foram artistas populares em outros tempos, são obscuros e complexos para a sociedade atual. Seja por culpa da indústria musical, da grande mídia ou do ineficiente sistema educacional o fato é que a nossa música reflete claramente a pobreza intelectual de nosso povo. Prova disso são sucessos e artistas descartáveis, tão irrelevantes que são esquecidos em pouco tempo. Quem ainda ouve o “Rebolation” e o “Creu” ou é fã do Kaoma, Bragaboys e Rouge? Sucessos estrondosos que renderam às gravadoras verdadeiras fortunas e castigaram nossos ouvidos incessantemente na época simplesmente caíram no ostracismo. Em contra partida músicas de Cartola, Tom Jobim e Dorival Caymmi duram por décadas. Então a terminologia MPB soa como um selo de qualidade dado pela crítica àqueles que atingem uma determinada “excelência” musical, obstante de cantar o samba dos morros cariocas, o interior do sertanejo ou o maracatu pernambucano. O que sobra é tão somente lixo lucrativo atirado a sociedade ávida para consumir as novidades, que me arrisco a dizer, mal podem ser consideradas como música.
Por isso vou vivendo na esperança de que um dia os anseios populares nos tragam belas e relevantes canções, sem clichês ou frases de duplo sentido, sem fazer apologia ao alcoolismo, a violência ou a desvalorização feminina. Musicas que possam cantar uma realidade não tão grotesca quanto é o pitoresco quadro atual. Só que para isso seria preciso mudar o povo, o que é muito mais difícil...

2 comentários:

Andressa Copelli disse...

Eu quero Educação!!!

CLEONICE NERES disse...

O POVO NÃO QUER MUDANÇA,QUEREM DIVERSÃO.POIS PARA A MUDANÇA ACONTECER É PRECISO QUE O NOSSO PENSAMENTO MUDE PRIMEIRO.`A MUDANÇA DEPENDE DE NÓS.