ALTO SOM

UM BREVE ESPORRO PARA O BEM

Galera, na boa, Rio de Janeiro é um lugar que tem um potencial enorme para o Rock’n’roll mas, muitas vezes falta apoio do próprio público consumidor! Enquanto isso, bailes funks e casas de shows com pagodeiros e axés da vida, vivem lotados garantindo assim, a vida longa desses atrasos culturais! O carioca em si, já possui o mau hábito cultural de uma malandragem desvairada, e com o tsunami da “cultura” funk popular, onde prega que o indivíduo deve levar vantagem acima de tudo e de todos por nada, a coisa ficou ainda pior! Não adianta a gente ficar aqui parado num botequim qualquer reclamando que aqui não rola shows legais, porque até tem rolado, mas aí as pessoas sempre reclamam de algo e normalmente não vai assistir. Muitas vezes o tema da reclamação é o preço absurdo dos ingressos, mas isso não é nada que uma “carteirinha de estudante” não possa resolver, galera, olha o toque! O importante, é que a pessoa às vezes tem até a grana mas não possui a disposição de ir aos shows porque prefere ficar perto de casa tomando cachaça no lugar de ir prestigiar seu artista querido e o incentivo de quem o trouxe!

Outro fator que atrasa o nosso desenvolvimento cultural é o fato de alguns produtores ignorantes acharem que uma banda iniciante deve pagar para abrir o show de uma banda conhecida! Cara, isso é um absurdo! Uma banda iniciante, normalmente não possui grana disponível para ficar gastando para cobrir a despesa de produtores preguiçosos e mal intencionados! Essa prática filha da puta não é coisa nova e dentro do Metal no Rio de Janeiro há muitos anos atrás, foi denunciada por Carlos Lopes, então vocalista e guitarrista da Dorsal Atlântica, que alertou as pessoas a não compactuar com esse péssimo negócio porque a coisa só tenderia a piorar! Salve o grande Carlos Lopes!

Na rua Ceará, na Praça da Bandeira havia o Garage Art Cult que foi uma casa de muita importância no underground carioca, lá vimos shows de bandas como Sex Trash, Cólera, Headhunter DC, Amem Corner, Varukers entre outros, e que infelizmente fechou devido a problemas judiciais e por descaso do público que preferia encher a cara no antigo barzinho Heavyduty e outros pés sujos da localidade do que prestigiar o trabalho do Fábio que trouxe diversas bandas para aquele lugar e tornou a Praça da Bandeira um lugar para ser freqüentado por gente ávida por Rock!

Esse mau costume de não querer pagar para entrar e ficar enchendo a cara do lado de fora é o que mais enfraquece a nossa posição no mercado consumidor de Rock aqui no Brasil. Sem público, não há como produtores terem o incentivo de trazer artistas importantes pra cá! Ou você acha que o Rock in Rio é a coisa mais maravilhosa do mundo?

Galera, a gente precisa prestigiar o maior número possível de eventos de Rock aqui no Rio e temos que dar força pra essa galera que produz na raça esses shows que acontecem aqui! Temos que dar parabéns para a turma que agita festas como A Grande Roubada, a Rio Billy, o Circo Voador, o Teatro Odisséia, na Lapa e o Estúdio B e a Geração Delírio, em Nova Iguaçu e Mesquita, o Rock Hero e o Veneno da Cobra moto Clube, em Duque de Caxias, além de outros eventos que acontecem no Méier, Cascadura e tantos outros lugares dentro do Rio de Janeiro, como no Clube Matriz, em Queimados que abriu quinta-feira, uma noite dedicada ao Rock!

É como eu disse lá em cima, o Rio de janeiro tem público consumidor de Rock, só falta boa vontade principalmente do público para tornar isso mais forte! A boa de hoje, vou dizer, no Néctar, em Vargem Grande, rola show da maior banda de Rock’n’Roll da Baixada e uma das melhores do Rio, a Sol do Sul, que logo mais vai se apresentar com seu repertório impecável e ainda por cima, comemorando o aniversário de outra lenda do Rock carioca, Haroldo, guitarrista do Calibre 38 e do Blues Deluxe, duas importantes bandas da nossa história fluminense! Compareçam porra!

Por: Tubarão.