domingo, 18 de março de 2012

"ENTRE ASPAS"


Por: Rogério Mansera e Wagner de Souza

O VIADO, digo, O HOMOSEXUAL (não sei mais o lugar das aspas):
          É um dos tipos em que a trama se ilustra. Este cidadão, evidentemente inflamado pelo seu algoz (a Opinião Pública), vai às ruas decidido a que o respeitem. E que nos pede ele?... Que no lugar da dignidade humana que lhe devemos, não mais o chamemos de “VIADO”. Um termo depreciativo, evidente, pois sublinha um único aspecto de sua humanidade... Aspecto, aliás, que mesmo ele sublinha como o único, o mais flagrante ao menos. Faz passeatas, marchas, discute, panfleta em um autêntico apostolado. Sataniza um substantivo para fazê-lo uma arma apontada para si. Quem a está empunhando?... Os Srs, nós, o Diabo!... Vai saber.

OS POLÍTICOS, digo, “OS GRAMÁTICOS” (agora sei bem o lugar das aspas):
          Proprietário de um salão de bailes, homem simpático e cortês que nos dá um “bom dia” do fundo de seu carrão; mascote televisiva de seu time que a complacência das câmeras popularizou; cantores, atletas, fadados ao esquecimento e outros tipos popularescos, que por posses ou carisma, eleitos democraticamente pelo povo para seus representantes legítimos. Homens vindos do povo, feitos a sua imagem e ignorância; esperteza os difere. Eles detêm O PODER, uma arma apontada para a cabeça de toda sociedade, disparada quando e como os convier. E os substantivos, esses, decidiram mandar ao Diabo que os carregue.
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          Você então deveria se perguntar: Qual a relação entre os personagens e sua aversão aos substantivos?... O que a pobre Língua Portuguesa fez de errado? –Não bastasse à maneira como é mal tratada por seus falantes... Porque as palavras devem ser responsabilizadas pelos males que afligem nossa sociedade se tanto ofendido (geralmente as “minorias”) quanto o algoz (OS POLÍTICOS) não têm a menor noção do que estão fazendo. Como não chamar o “VIADO” de “VIADO” fosse fazer “dele” menos “viado” - ou muito me engano “homossexual” e “viado” remetem ao mesmo significado?! Pois a troco de nada qualquer um que tiver a infelicidade de proferir tal palavra estará fadado a responder judicialmente. Isso é a força da lei que serve para contentar uma minoria, que como todo cidadão, possui os direitos de qualquer cidadão. A lei, aprovada por POLÍTICOS, não somente fere a língua como a nossa sagrada liberdade de expressão. E quando digo nossa, refiro-me também a todo grupo GLS ou LGBT. Começa assim: primeiro substantivos, depois a oração, em seguida o pensamento (expresso pela LÍNGUA)... Sem o pensamento em que te diferirias de qualquer animal?
          Ilustra bem o argumento a “PRESIDENTA” Dilma; que faz questão de ostentar como título um solecismo. Justifica a grosseria com o absurdo discurso de que as mulheres são injustiçadas e a “LÍNGUA” é machista. Um verdadeiro despautério - isso vindo de quem “comanda” a nação – mais errado está quem absorve o erro como verdade... Imagine-se entrando numa loja e chamando a “atendenta” ou o “balconisto”; ainda, sendo atendido pela “gerenta”... POLÍTICOS cometem os maiores barbarismos e contam com a complacência “desinteressada” da mídia. É comum encontrar publicado em revistas e jornais PRESIDENTA; até a Ana Maria Braga desculpou-se em rede nacional ao cometer a “gafe” de chamar a Dilma de PRESIDENTE... Mais! Experimente digitar no Word a palavra “presidenta” e verá que o corretor ortográfico a aceita como correta, ao contrário de solecismo. A mim, soa como se alguém viesse pôr os dedos sujos em nossa comida! Os meios acadêmicos, que deveriam proteger os interesses linguísticos, preferem se esconder atrás de sua arrogância e não se manifestam sobre o assunto... Porque será?
          A LÍNGUA é a maior expressão de um povo, deveria ser preservada. Através dela podemos entender o mundo e multiplicar o conhecimento humano. Um de nossos bens mais preciosos, o que realmente mantém a unidade nacional. Duvido muito que se pegarmos nossos Políticos e submetê-los a uma prova média de Língua Portuguesa a maioria obtivesse desempenho no mínimo regular; no entanto, esses homens decidem sobre os rumos da linguagem. Ora fechando Acordos Ortográficos por politicagem, como se tivéssemos a mesma realidade de Portugal ou Guiné Bissau... Ora considerando a bizarra Nova Gramática do Português Brasileiro; o título já é em si uma contradição. Do jeito que as coisas estão, temo que dentro em breve seja-nos vetado o uso das ASPAS, daí poderemos ir para cadeia por chamar um político de corrupto ou “ladrão”...

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